O crescimento da demanda devido ao maior consumo de peixes por parte da população e consequente preocupação dos produtores em investir nessa área, mostram como a produção de peixes vem crescendo no Brasil e no mundo. O uso de gaiolas flutuantes nessa produção se tornou um método atrativo para muitos criadores desses animais, já que não seria necessário investir recursos na construção de açudes e barragens.
O método de criação de peixes em gaiolas flutuantes nasceu e se desenvolveu no Extremo Oriente, onde ainda é utilizado. Hoje, no Brasil, algumas experiências estão sendo feitas por produtores e instituições governamentais, como por exemplo a de ITAIPU, no Paraná.
Tanque-rede (ou gaiola) é uma unidade de criação de peixes composta de uma estrutura em tela de arame ou rede que retém os peixes em seu interior, mas permite troca de água suficiente para que sejam mantidos os parâmetros de qualidade de água necessários ao bem-estar e crescimento dos animais. (Bozano e Cyrino, 2022).
Esse método de produção de peixes permite uma utilização mais intensiva das águas disponíveis, que a depender do país, provém de oceanos, rios ou lagos. Essa forma de produção tem como objetivo o confinamento de peixes para melhorar o crescimento, proteção contra ataques de predadores e fornecimento adequado de água e alimentos de boa qualidade. Além disso, possibilita a combinação de criação de várias espécies em um mesmo local, em altas densidades e com rápido crescimento, facilitando as observações diárias dos animais para controle de parasitas e doenças e, consequentemente, permitindo melhor sobrevivência.
Outros aspectos atrativos desse tipo de criação são a maior facilidade de retirada dos peixes para a venda; menor investimento inicial, sendo 60% a 70% menor do que viveiros escavados; facilidade de movimentação e relocação dos peixes; diminuição dos custos com tratamentos de doenças.
Ademais, em relação ao lado ambiental, o desenvolvimento e utilização de gaiolas flutuantes tornou possível produzir peixes em águas costeiras com a vantagem de que essa localização proporcionasse uma maior dispersão e diluição dos resíduos promovendo um menor impacto ambiental.
Como não há uma disponibilidade muito grande de alimentos naturais nesse tipo de sistema, é necessário ofertar ração completa e de excelente qualidade para os peixes. A ração é flutuante, portanto, para evitar que ela seja arrastada pela correnteza, as gaiolas precisam ser equipadas com um comedouro, normalmente uma tela de nylon retentora de ração com malha de 4 a 6mm na parte superior interna da gaiola, em seus quatro lados com uma altura de pelo menos 30 cm.
O Brasil tem ampla disponibilidade de água com boa qualidade para esse tipo de criação, o que torna vantajoso optar por criar peixes em gaiolas flutuantes. Como vantagens, o sistema de produção em tanques-rede tem baixo custo de investimento inicial para o produtor, retorno financeiro rápido dos valores investidos, tecnologia simples e de fácil instalação. Facilita a movimentação da estrutura de produção, e a realização de alterações no sistema.
Por ser um sistema de produção com tantas vantagens, atualmente é o sistema de produção de peixes que mais ganha adeptos no Brasil.
Referências
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<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/39913/1/CircTec5.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2022.
COSTA, Janina Zuleica de Garcia. Influência de uma piscicultura de gaiolas na qualidade da água da zona envolvente. 2002. Universidade do Algarve. [s.l: s.n.].
Disponível em:
<https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/1703/1/mestrado%20JCOSTA.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2022.
STIZ, et al. Vantagens da produção de peixes em tanques-rede. IV COLÓQUIO ESTADUAL DE PESQUISA MULTIDISCIPLINAR II CONGRESSO NACIONAL DE PESQUISA MULTIDISCIPLINAR. 2019
CPT CURSOS. Criação de tilápias – características e finalidade dos tanques-rede | Cursos a Distância CPT. Disponível em:
<https://www.cpt.com.br/cursos-criacaodepeixes/artigos/criacao-de-tilapias-caracteristicas-efinalidade-
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EMBRAPA, 2001. Produção de peixes em gaiolas flutuantes. Recomendações Técnicas.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/50192/1/fd280001.pdf. Acesso em 13 de julho de 2022
