A suinocultura é uma produção que vem crescendo cada vez mais, devido à exportação e valorização da carne desses animais, com isso as tecnologias envolvidas têm evoluído e acompanhado os avanços da produção de suínos. Os principais fatores que podem afetar a produção são uma dieta de má qualidade, a falta de atenção quanto aos impactos no ambiente e criações sem uso de estruturas adequadas e manejos inadequados.
Na formulação de dietas para suínos é necessária muita atenção, de modo que a nutrição é o maior investimento de uma granja, podendo chegar a 80% dos custos de uma granja, não sendo permitidos grandes erros, que podem trazer prejuízos financeiros e aos animais. Por isso, deve ser respeitado cada fase de criação e sua necessidade nutricional. Um dos períodos que mais exige atenção é o período de desmame dos leitões, em que se não houver uma boa nutrição, poderá haver nos animais: baixa produtividade, baixa imunidade, estresse social e fisiológico.
Na nutrição de suínos, as proteínas são de extrema importância, uma vez que são macromoléculas orgânicas, formadas por conjuntos de aminoácidos unidos por ligação peptídica, que tem maior porcentagem nas células, sendo de grande relevância fisiológica e dietética, regulando desde o metabolismo até hormônios presentes no organismo. Outro ponto é que deve se direcionar atenção à qualidade e à quantidade ingerida, de forma que se existir irregularidades nesses dois pontos, processos fisiológicos podem ser afetados. É importante dizer que em excesso, os aminoácidos ingeridos serão eliminados na forma de nitrogênio pela urina, representando gastos desnecessários e desperdício de nutriente.
Dietas simples nas fases de transição (desmame) têm um efeito negativo no peso final de abate ou na qualidade da carne. A melhor decisão é o uso de fontes de proteína de alta digestibilidade e qualidade. Animais desmamados têm atividade enzimática limitada, fazendo com que ocorra uma restrição na digestão de proteínas.
Antes, a proteína usada em dietas desenvolvidas para suinocultura, era apenas baseada na proteína bruta, e foi observado que isso resultava em aminoácidos desbalanceados na dieta dos animais, levando a uma baixa produtividade. Há um conceito em que existe uma “proteína ideal” para os suínos que contém todos os aminoácidos necessários e ideais, que é uma mistura equilibrada de aminoácidos não essenciais e essenciais, sendo a lisina escolhida como aminoácidos de referência (padrão), devido sua praticidade nas análises biológicas, químicas e
também pelo baixo custo de suplementação, fornecendo uma base comum para se comparar as exigências individuais de cada animal quanto aos aminoácidos mais importantes na alimentação, de acordo com sua fase de desenvolvimento.
Há necessidade de consultar um Médico Veterinário ou Zootecnista que possa avaliar qual a melhor dieta para a fase que o suíno se encontra e também de acordo com o capital que será investido na produção. Além disso, deve-se ficar atento às pesquisas atuais do mercado, que trazem rações de alto desempenho, e muitas vezes sem necessidade de suplementação para os animais, levando a uma maior economia e eficiência em relação ao manejo nutricional oferecido ao animal. É importante lembrar que produções como a suinocultura e a bovinocultura não podem ser comparadas e utilizadas como referência entre si, uma vez que possuem particularidades nutricionais e de manejo bem distintas.
Referências Bibliográficas:
● Batterham, E. S. 1994. Protein and energy relationships for growing pigs.
● TOLEDO, Juliana Beatriz et al. Suplementação de aminoácidos essenciais em dietas de
baixo nível proteico para leitões: Revisão. Pubvet, [S. l.], p. 1-12, 31 ago. 2017.
Disponível em:
https://web.archive.org/web/20180720181417id_/http://www.pubvet.com.br/uploads/2f
5b485ae832f4e025797a4cfb920bbe.pdf. Acesso em: 16 ago. 2022